segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Produtores abraçam programa de piscicultura do Acre

"A ideia é que uma cooperativa administre o negócio, através de uma parceria público, privada, comunitária", afirmou Tião Viana (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Escrito por Tatiana Campos  

Governo do Estado reúne produtores para discutir cadeia produtiva. Atividade pode movimentar R$ 350 milhões por ano
 
Mais rentável e com giro de lucro mais rápido que o gado, sem pressionar o meio ambiente com desmates, agrotóxicos ou queimas, ao contrário, preservando-o e aproveitando a condição de ter clima, água e solo favorável para atividade. A piscicultura, aposta do Governo Tião Viana para desenvolver a economia e o setor produtivo no Acre, é uma atividade que, depois de implantada e com o todo o sistema funcionando, pode gerar uma movimentação financeira de R$ 350 milhões por ano.

Na manhã deste sábado, o Governo se reuniu com piscicultores e diretores do Projeto Pacu, que presta consultoria no Acre para a implantação do programa de piscicultura. Para construção de um complexo industrial do peixe, com centro de alevinagem, fábrica de ração e frigorífico é necessário um investimento de R$ 40 milhões. "O governo já tem R$ 20 milhões na mão e está convidando o setor produtivo a investir mais R$ 20 milhões. O governo é um indutor desse processo, protegendo os pequenos e abrindo portas para os grandes. Mas não queremos administrar esse empreendimento, a ideia é que uma cooperativa administre o negócio, através de uma parceria público, privada, comunitária", explicou Tião Viana.

O vice-governador César Messias ressaltou o momento que o Acre vive: "Estamos com 60 dias de governo. A vontade e determinação do Tião de que realmente o Acre produza está fazendo com que coisas que eram pra acontecer apenas no ano que vem aconteçam agora".

Para o diretor geral do Projeto Pacu, Jaime Brum, a piscicultura não é apenas um bom negócio, mas um negócio extramente viável para o Acre, que pode se tornar o maior produtor de peixes amazônicos através das tecnologias de ponta que está trazendo para o complexo industrial. A fábrica de ração, um investimento de R$ 15 milhões será a mais moderna do país e capaz de produzir a ração para o pirarucu, que nenhum estado do país produz.

"Com essa ajuda que o governo do Estado está dando para a piscicultura o Acre vai ser um estado de ponta na produção de peixes. A fábrica de ração está projetada para ser a melhor do Brasil e tudo está preparado para a exportação. Há mercado interno e externo para o peixe da Amazônia", disse Jaime. O complexo industrial vai garantir uma produção de 40 mil toneladas/ano.

Peixe na merenda escolar

O governo do estado não vai apenas incentivar a criação, mas também dar apoio para compra da produção. O governador Tião Viana se comprometeu em colocar o peixe no cardápio escolar pelo menos uma vez por semana. O prefeito da capital também deve viabilizar essa parceria para dar apoio aos produtores.

"Essa ação ajuda o mercado, a produção familiar e garante a segurança alimentar das crianças. O peixe é um alimento muito rico em proteína", afirmou o governador.
"Não tenho dúvida que a piscicultura é viável", dizem produtores

O Banco da Amazônia já tem prospectado para investir neste ano, apenas na área da piscicultura, R$ 60 milhões através do FNO. "Estamos falando de um investimento que passa fácil de R$ 120 milhões em dois anos para o Acre", disse Tião.

O piscicultor José Augusto acredita no potencial do peixe e vai investir no setor. "Não tenho dúvida alguma de que o peixe seja um negócio rentável e adequado pro Acre, que é um estado amazônico com clima, solo e água favorável. Espero que nenhum produtor tenha receio em apostar neste negócio".

José Augusto entregou ao governador Tião Viana um projeto para plantar 500 hectares de açaizeiros, sem abrir mão dos açudes. "Temos condições de sermos o melhor produtor de açaí do país e essa será uma das grandes fontes de renda do nosso estado pela capacidade de produção do fruto".


Exportação - A aposta do governo na piscicultura tem exemplos práticos de como essa atividade é rentável e pode gerar lucro para os produtores acreanos. É o caso de José Ivan, produtor do Ramal Panorama. Ele investe na piscicultura há mais de 20 anos e conta que já chegou a exportar pirarucu vivo para a cidade de Mococa, em São Paulo. "Fico feliz com esse incentivo do governo para a atividade de piscicultura. Os produtores devem apostar nesse projeto. Trata-se de uma atividade altamente rentável e ecologicamente viável, pois para criar peixe é preciso manter a floresta em pé", ressalta. 


Agência de Notícias 

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